Não há palavras para descrever...
Pior do que ver, foi viver. Viver a aflição de ver tudo a arder, o trabalho de uma vida, o sustento de muitos, o habitat de tantas espécies, uma mancha verde, densa, fantástica, de repente...reduzida a cinza, a preto, a fumo.
Dava um aperto tão grande no coração, cada vez que um foco reacendia, parecia que por muito que se tentasse extinguir aquele incêndio, ele só iria acabar quando não houvesse mais nada para queimar...
Nunca vi nada assim, e pensei tantas vezes nos amigos que temos e que moram naquelas localidades..e só pensavamos "podia chover, podia chover agora a potes"...
Apesar da desgraça, não houve mortes humanas a lamentar...
Aliás, se não houve incidentes a reportar, foi graças ao trabalho incansável das forças de segurança: bombeiros, proteção civil, e claro, os meios aéreos, já que sem eles, o trabalho no terreno teria corrido bem pior.
Já os animais, as árvores, os habitats, o ecossistema...a Natureza vai demorar até recuperar, mas nunca vai reaver tudo o que perdeu numa tarde...
Registo fotográfico
A questão que se coloca agora é: e quando chegarem as primeiras chuvadas?
Se não há vegetação para segurar a água, esta vai escorrer, e nestes montes bastante inclinados, a força dela vai ser brutal...é preciso criar já parcerias, sinergias, entre a comunidade e as instituições, governamentais ou não, de modo a reflorestar estes terrenos e porque não, com espécies autótones.
De modo a que no inverno não assistamos a mais uma desgraça, agora causada pelo elemento oposto: a água...
T&T**
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